Um tambor sámi restituído

Abstract

A restituição de um tambor sámi confiscado em 1691, em Karasjok, atual Noruega, foi feita no início de 2022. Este bem incorpora significado histórico, cultura e valores próprios assim como marcas da colonização e das desigualdades no Sápmi. Pode falar sobre a longa colonialidade e a invisibilização racista no extremo norte da Europa e sobre as resistências históricas e processos atuais por justiça e reparação. Avança-se uma síntese bibliográfica sobre a invenção eurocêntrica das raças operada a partir do centro da Europa no que visou particularmente as populações sámis, as suas terras e culturas, com demarcações coloniais, patriarcais e capacitistas. Esboçam-se linhas possíveis de intervenção e reconfiguração do trabalho sobre fontes biográficas e bibliográficas que sustente, alente e dissemine a incorporação de conhecimento herdado e a transmitir por culturas originárias com reconhecimento e justiça.

The restitution of a Sami drum confiscated in 1691 in Karasjok, present-day Norway, was made in early 2022. This good incorporates historical meaning, culture and own values as well as marks of colonization and inequalities in Sápmi. It can talk about the long coloniality and racist invisibilization in the far north of Europe and about the historical resistances and current processes for justice and reparation. A bibliographical synthesis is presented on the Eurocentric invention of races operated from the center of Europe in which it aimed particularly at the Sámi populations, their lands and cultures, with colonial, patriarchal and capacitist demarcations. Possible lines of intervention and reconfiguration of the work on biographical and bibliographical sources that sustain, encourage and disseminate the incorporation of knowledge inherited and to be passed on by originary cultures with recognition and justice.