Until death do us part? Marriage, motherhood, and divorce in The Tenant of Wildfell Hall

Abstract

The Tenant of Wildfell Hall (1848), escrito por Anne Brontë, é uma representação do sistema opressor e das expectativas sociais a que as mulheres inglesas foram submetidas ao longo da primeira metade do século XIX. O romance demonstra a realidade de muitas mulheres dessa época e apresenta as prerrogativas da sua condição enquanto esposas e mães, bem como a imutabilidade das suas circunstâncias. Além disso, o foco nas relações domésticas e nas dinâmicas de género permite um estudo aprofundado das noções de casamento e divórcio deste período e uma maior compreensão de como a lei e o costume eram esferas dominadas por homens, negando às mulheres qualquer tipo de igualdade no direito civil. Mais importante, analisada através de uma perspetiva histórico-literária, a obra mostra a premência e a necessidade de reforma jurídica, enquadrando/sendo enquadrada pelos debates ocorridos nas décadas seguintes sobre as injustiças económicas, jurídicas, políticas, sociais e culturais perpetuadas contra as mulheres, nomeadamente mulheres casadas.Esta dissertação foca-se nas formas como o casamento e a feminilidade foram teorizados no passado. Com este estudo, procuro oferecer uma leitura minuciosa do romance, apresentando uma explicação mais ampla sobre o contexto histórico no momento da escrita, incluindo as discussões jurídicas e públicas sobre casamento e divórcio em meados do século XIX (com particular ênfase reformas legais de 1839 e 1857), os argumentos dos diferentes participantes nestas discussões e uma visão geral do desenvolvimento desses temas ao longo do século. Mostrarei também como as principais tensões da época (o “papel da mulher” como mãe e esposa, o seu estatuto legal e as perceções sociais das mulheres no seu quotidiano) são retratadas em The Tenant of Wildfell Hall e como o estudo do romance pode informar melhor o nosso conhecimento da vida das mulheres em Inglaterra durante a época Vitoriana.

Anne Brontë’s The Tenant of Wildfell Hall (1848) represents the societal expectations and the oppressive system English women were forced to move in throughout the first half of the 19th century. The novel gives an account of the reality of many women at the time and an insight into their conditions as wives and mothers and the immutability of their circumstances. Furthermore, the focus on domestic relationships and on gender dynamics allows for an in-depth study of the period’s notions of marriage and divorce and a greater understanding of the extent to which law and custom were male-dominated spheres, denying women any sort of civil equality. More importantly, from a historical-literary perspective, it shows how pressing the need for legal reform was, and frames/is framed by the debates which occurred in the following decades regarding the economic, legal, political, social, and cultural injustices perpetrated against women, especially married ones.This dissertation focuses on the ways in which marriage and womanhood have been theorised in the past. With this study, I aim to offer a thorough reading of the novel by presenting an ampler explanation of the historical background at the time of writing, including the legal and public discussions about marriage and divorce in the mid-19th century (in particular the 1839 and 1857 legislation reforms), the arguments of key participants on each side of those discussions, and an overview of the development of these themes as the century went on. I will also show how the major tensions of the era (“women’s roles” as mothers and wives, their legal status, and the social perceptions of women in their daily lives) are portrayed in The Tenant of Wildfell Hall and how the study of this novel may better inform our insights into the lives of women in Victorian England.