'La Piú Grassa Minerva' : a representação do lugar

Abstract

Este trabalho tem como objectivo o estudo, durante o século XV e em Florença, do processo metódico e consciente de utilização da representação como palco da vida, como espelho do mundo, como lugar para as mais díspares manifestações formais.>br> Ao longo de quatro capítulos disserta-se sobre os processos de secularização do homem, de intelectualização do olhar, da criação de um ambiente protocolar com vocação universal, da realização e avaliação do espaço segundo processos lógicos e previamente avalizados recorrendo à conversão do espaço em unidades geometrizadas Primeiro faz-se juízo sobre o saber que genuinamente favoreceu os novos ventos de mudança. A desqualificação do saber tomista e a valorização do observável através de meticulosos diagnósticos, configura uma outra lógica de conhecimento conseguido — ou seja investigado — definindo-se uma espécie de itinerário para as ideias. Segundo faz-se juízo sobre o valor das estruturas implícitas que explicitam a representação. Da figura ao lugar, sempre sobre o domínio do olho, apresenta-se a base consistente, o mecanismo de prova, o garante à verdade sensível. Terceiro, pelo processo gradual de aproximação às geometrias das coisas ou às estruturas formais dos objectos, conduziu a uma situação de empatia entre o homem e o ambiente, esclarecendo que através do desenho se pode vencer uma barreira que múltiplas vezes se verificou era inabalável, já que sempre foi difícil tornar operativo — logo útil — o campo da representação. Quarto, retoma-se um trilho que descobre o desenho como discurso verosímil para designar o trabalho intelectual que suporta a tectónica. A representação torna-se conforme com a realidade visada, da mesma maneira que toda a realidade é susceptível de ser representação.