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https://hdl.handle.net/10316/25604
Title: | Estudo longitudinal do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) no defeito cognitivo ligeiro e na doença de Alzheimer | Authors: | Costa, Vanessa Alexandra Duarte | Orientador: | Simões, Mário Rodrigues Freitas, Sandra |
Keywords: | Defeito cognitivo ligeiro; Doença de Alzheimer; Estudo longitudinal; Avaliação psicológica | Issue Date: | 17-Feb-2014 | metadata.degois.publication.title: | Estudo longitudinal do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) no defeito cognitivo ligeiro e na doença de Alzheimer | metadata.degois.publication.location: | Coimbra | Abstract: | O envelhecimento demográfico é uma tendência que se projeta manter
nas próximas décadas. Esta realidade acarreta severas implicações nos
planos social e de cuidados de saúde. Neste contexto, a existência de
instrumentos de avaliação cognitiva breve que permitam uma precoce
deteção do declínio cognitivo assume especial importância.
O presente trabalho pretende estudar longitudinalmente os
desempenhos cognitivos de pacientes com Defeito Cognitivo Ligeiro (DCL)
e Doença de Alzheimer (DA), com recurso ao Montreal Cognitive
Assessment (MoCA) comparativamente ao Mini-Mental State Examination
(MMSE). Mais especificamente, este estudo visa explorar a sensibilidade do
MoCA à deterioração cognitiva destes pacientes. Para o efeito, foram
avaliados inicialmente 226 pacientes com DCL, dos quais 103 realizaram
uma segunda avaliação e 52 foram avaliados num terceiro momento, e
pacientes com DA cujo número de avaliações recolhidas ao longo dos três
momentos foi, respetivamente, 176, 81 e 25. Todos os pacientes avaliados
no primeiro momento de avaliação foram emparelhados (quanto ao género,
idade e escolaridade) com participantes cognitivamente saudáveis (n = 402)
de modo a permitir uma análise discriminante dos desempenhos.
A presente investigação encontra-se subdividida em 3 estudos. No
Estudo 1, que teve por objetivo a exploração das propriedades
psicométricas do MoCA obteve-se: (i) um alpha de Cronbach de .89 para a
amostra total (N = 804) indicando boa consistência interna [α = .88 para o
grupo clínico (n = 402) e α = .69 para o grupo controlo (n = 402)]; (ii) uma
correlação alta e estatisticamente significativa entre os dois intrumentos de
rastreio cognitivo para a amostra total (r = .87, p < .001), indicando a
existência de validade convergente; (iii) a existência de validade de
construto do MoCA, expressa através das correlações mais elevadas entre os
domínios cognitivos do MoCA com a pontuação total do que qualquer
correlação entre os domínios; bem como das correlações mais elevadas entre
os itens e o domínio de pertença do que em relação aos outros domínios.
Verificou-se também capacidade discriminativa dos dois instrumentos de
rastreio cognitivo entre cada um dos grupos clínicos e os respetivos grupos
controlo e entre os dois grupos clínicos, sendo a magnitude do efeito sempre
superior no MoCA. O MoCA revelou melhor precisão diagnóstica que o
MMSE, expressa por valores iguais ou superiores de sensibilidade,
especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e precisão
classificatória, revelando uma sensibilidade de 69% para DCL e de 87% para
DA e uma precisão classificatória de 71% para DCL e 91% para DA.
O Estudo 2 consite numa análise preliminar do perfil evolutivo
dos desempenhos dos pacientes com DCL e com DA no MoCA em dois
momentos de avaliação. Foram encontrados decréscimos significativos nas
pontuações totais do MoCA e do MMSE para o grupo clínico total e para o
grupo DA. No entanto, para o grupo DCL apenas no MoCA apresentou
decréscimos estatisticamente significativos (t(102) = 2.31, p = .023).
Considerando o grupo clínico total, os domínios cognitivos do MoCA onde
se registaram diferenças estatisticamente significativas foram: Atenção,
Concentração e Memória de Trabalho (t(183) = 2.64, p = .009) e Orientação
(t(183) = 4.70, p < .001).
O Estudo 3 visa uma investigação longitudinal do declínio
cognitivo dos pacientes com DCL e com DA, através da análise do
desempenho no MoCA em três momentos de avaliação. Considerando o
grupo clínico total (n = 77; M = 806; S.D. = 441 entre o primeiro e o terceiro
momento de avaliação) foram observadas diferenças estatisticamente
significativas nas pontuações totais do MoCA (F(2,75) = 10.17, p < .001, ƞ2
p =
.21). Quando analisados os grupos clínicos em separado, apenas o MoCA
detetou alterações significativas para o grupo DCL (F(2,50) = 3.39, p < .001,
ƞ2
p = .27). No grupo DA, ambos os instrumentos detetaram alterações nas
pontuações totais, tendo sido observada uma magnitude equiparável de
efeito. Considerando o grupo clínico total, foram observadas diferenças
estatisticamente significativas nos domínios cognitivos do MoCA: Função
Executiva (F(2,75) = 4.31, p = .017, ƞ2
p = .10) e Orientação (F(2,75) = 8.99, p =
.000, ƞ2
p = .19). No grupo DCL (n = 52) apenas a Orientação sofreu
decréscimos significativos (F(2,50) = 6.65, p = .003, ƞ2
p = .21) entre o primeiro
e o terceiro momento de avaliação. No grupo DA (n = 25) para além da
Orientação (F(2,23) = 7.88, p = .002, ƞ2
p = .41), observaram-se alterações
estatisticamente significativas no domínio Função Executiva (F(2,23) = 9.21, p
= .001, ƞ2
p = .45).
As investigações realizadas corroboram a utilidade do MoCA na
avaliação cognitiva de pacientes com declínio cognitivo patológico,
evidenciando as suas boas propriedades psicométricas e a superioridade
relativamente ao MMSE, na capacidade de diferenciar envelhecimento
normativo, de DCL e de DA. O MoCA e o MMSE demonstraram ser
instrumentos sensíveis ao declínio cognitivo ao longo do tempo em pacientes
com DA, mas somente o MoCA demonstrou essa capacidade no grupo DCL.
Deste modo, o MoCA representa uma mais-valia na avaliação longitudinal
de doentes com défice cognitivo mais ligeiro no espetro da Doença de
Alzheimer. Demographic aging is already a reality, with severe implications in social and health care and has the tendency to increase in coming decades. In this context, the development of brief cognitive assessment instruments that allow an early detection of cognitive decline is of particular importance. The main objective of the present work is the characterization of the cognitive performance of patients with Mild Cognitive Impairment (MCI) and Alzheimer's Disease (AD), longitudinally, using the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) comparatively to the Mini-Mental State Examination (MMSE). More specifically, this study aims to explore the sensitivity of the MoCA to detect the decline in cognition of these patients. For this purpose, 226 patients with MCI were initially evaluated, 103 of whom underwent a second assessment and 52 were evaluated in a third time; for the AD cohort, reviews collected over the three time points were, respectively, 176, 81 and 25. In order to allow a discriminant analysis of the performances all patients enrolled in the first evaluation were matched (by gender, age and education) with cognitively healthy participants (n = 402). The present investigation is subdivided in 3 studies. In Study 1, we explored the MoCA psychometric properties and obtained the following results: (i) a Cronbach's alpha of .89 for the total sample suggesting good internal consistency [α = .88 for the clinical group (n = 402) and α = .69 for the control group (n = 402)]; (ii) a high and statistically significant correlation between the two cognitive screening instruments for the total sample which reveals convergent validity; (iii) the existence of construct validity of the MoCA, expressed through higher correlations between cognitive domains and the total score than between the various domains, as well as higher correlations between items and the respective domains than in relation to other cognitive domains. There was also discriminative ability of both cognitive screening instruments between each of the clinical groups and the respective control groups and between the two clinical groups, with the effect size of the MoCA being always superior. The MoCA showed better diagnostic accuracy then the MMSE, expressed by equal or greater sensitivity, specificity, positive predictive value, negative predictive value and classification accuracy, revealing a sensitivity of 69% for DCL and 87% for AD and a classification accuracy of 71% and 91% for MCI to AD. Study 2 is a preliminary analysis of the developmental profile of MCI and AD patients’ performance in MoCA at two assessment moments. Significant decreases were found in the total scores of the MoCA and MMSE for the total clinical group and the AD group. However, the performance of MCI group only decreased significantly in the MoCA scores (t(102) = 2.31 , p = .023). Considering the total clinical group, the MoCA’s cognitive domains where we observed statistically significant differences were: Attention, Working Memory and Concentration (t( 183 ) = 2.64 , p = .009) and Orientation (t(183 ) = 4.70 , p < .001 ). Study 3 is a longitudinal investigation of cognitive decline in patients with MCI and AD in three assessment moments. Considering the clinical group (n = 77; M = 806; S.D. = 441 between the first and the third moment of assessment) we observed statistically significant differences in total MoCA scores (F(2,75 ) = 17.10, p < .001 , ƞ2 p = .21). When the clinical groups where analyzed independently, only the MoCA detected significant changes for the MCI group (F(2,50) = 3.39, p < .001 , ƞ2 p = .27). In the AD group, both instruments detected changes in total scores with similar values of effect size. The investigation confirmed the utility of the MoCA for the cognitive evaluation of patients with pathological cognitive deterioration. The test revealed good psychometric properties and demonstrated better capacity than the MMSE, to discriminate between cognitive impairment due to normal aging, MCI and AD. Both, the MMSE and the MoCA proved to be sensitive to detect cognitive decline over time in patients with AD, while for the MCI group, only the MoCA was valuable. We can conclude that the MoCA is a useful instrument in the longitudinal evaluation of patients with very mild cognitive impairment in the spectrum of Alzheimer´s disease. |
Description: | Dissertação de mestrado em Psicologia (Clínica e Saúde - Psicogerontologia Clínica) apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra | URI: | https://hdl.handle.net/10316/25604 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | UC - Dissertações de Mestrado FPCEUC - Teses de Mestrado |
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