Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/31313
Title: Estudo de variantes genéticas associadas a comportamentos agressivos numa amostra populacional portuguesa
Authors: Soares, Ana Catarina de Almeida 
Orientador: Wasterlain, Sofia
Manco, Licínio Manuel Mendes
Keywords: Monoamina Oxidase A; 5-HTTLPR; Violência; Maus tratos infantis; Interação Gene-Ambiente
Issue Date: 2015
Citation: SOARES, Ana Catarina de Almeida - Estudo de variantes genéticas associadas a comportamentos agressivos numa amostra populacional portuguesa. Coimbra : [s.n.], 2015. Dissertação de mestrado em Evolução e Biologia Humanas.
metadata.degois.publication.location: Coimbra
Abstract: Este estudo tem o objetivo de investigar a associação entre dois polimorfismos do gene 5-HTT (ins/del 5-HTTLPR e SNP rs25531 A>G) e o polimorfismo VNTR do gene MAOA e a sua possível associação com comportamento antissocial na presença ou ausência de maus tratos infantis numa amostra portuguesa de jovens adultos. Uma amostra com 205 indivíduos (102 homens; 103 mulheres), com idades compreendidas entre os 18 e 37 anos, participou neste estudo. Um inquérito avaliador de vários comportamentos sociais problemáticos foi construído, adaptado de uma escala de delinquência previamente existente na literatura. Foi determinado um valor (score) para medir o comportamento agressivo de cada indivíduo estudado. O DNA foi extraído de células bucais com consentimento informado escrito. A genotipagem foi realizada por PCR seguida de eletroforese em gel de agarose para os polimorfismos 5-HTTLPR e VNTR-MAOA, e por PCR-RFLP usando MspI para o SNP rs25531, como descrito na literatura. Foram encontradas diferenças significativas para a distribuição do score de comportamento agressivo auto reportado entre os sexos: 0,326 em homens vs. 0,100 em mulheres (P<0,001). Quando estudada a possível associação entre os polimorfismos dos genes 5-HTT e MAOA e maus tratos infantis, não foram encontrados resultados estatisticamente significativos quer na população geral quer estratificada por sexos. No entanto, no sexo masculino, foi obtido um valor P próximo da significância (P=0,08) para o polimorfismo 5HTTLPR quando se agruparam os genótipos LS e SS, levantando assim a hipótese de que os genótipos com o alelo S façam aumentar o risco e possam conferir alguma vulnerabilidade a maus tratos infantis. Para testar a associação dos polimorfismos ao comportamento agressivo, a distribuição do score de agressividade foi comparada entre os diferentes genótipos, não se tendo observado diferenças significativas para os polimorfismos 5-HTTLPR, rs25531 e respetivos haplótipos, quer na amostra total quer na amostra estratificada por sexos (P>0,05). Verifica-se no entanto que, para o polimorfismo 5-HTTLPR e haplótipos 5-HTTLPR/rs25531 agrupados por eficiência de transcrição (cluster), existem níveis mais elevados de agressividade nos genótipos LS/SS e L1S1/S1S1 no sexo masculino. Estes dados estão de acordo com estudos prévios que mostram que existe uma associação entre o alelo S do polimorfismo 5-HTTLPR e o comportamento agressivo. Na presença ou ausência de maus tratos infantis não se verificaram resultados significativos quando comparada a distribuição de scores de agressividade entre os diferentes genótipos com exceção da amostra total na ausência de maus tratos infantis para os polimorfismos 5-HTTLPR e haplótipos 5-HTTLPR/rs25531 agrupados por eficácia de transcrição, com os genótipos LL e L1L1, respetivamente, a mostrarem os valores de score de agressividade mais elevados. Foi no entanto observável que na presença de maus tratos infantis, existe uma tendência para scores de agressividade superiores nos portadores do alelo S do polimorfismo 5-HTTLPR, e nas classes haplotípicas LG e S (genótipos L1S1 e S1S1), ao contrário do que se verifica na ausência de maus tratos infantis. Esta diferença na tendência de scores de agressividade entre genótipos 5-HTT em função da presença ou ausência de maus tratos infantis está de acordo com estudos prévios que têm vindo a mostrar que os portadores do alelo S são mais suscetíveis a ambientes negativos. Para o polimorfismo VNTR do gene MAOA encontraram-se valores próximos da significância estatística (P=0,08) nas mulheres quando se comparou a distribuição do score de agressividade nos genótipos de baixa atividade (3R-3R) e de alta atividade (3R-4R; 3.5R-4R e 4R-4R), com os últimos a mostrarem os valores mais elevados de score. Não se observaram diferenças no score de agressividade entre os diferentes genótipos considerando a presença ou ausência de maus tratos infantis. Na amostra masculina a distribuição do score de agressividade pelos dois genótipos (3R e 4R) não apresenta diferenças com significância estatística, quer para a amostra total (P=0,90) quer na presença (P=0.85) ou ausência (P=0.97) de maus tratos infantis.
This study aims to investigate the association between two promoter 5-HTT polymorphisms (ins/del 5HTTLPR and SNP rs25531 A>G) and the VNTR polymorphism of the MAOA gene and antisocial behaviour in a Portuguese sample of young adults. A sample of 205 individuals (102 males; 103 females), aged 18-37 years, were enrolled in the study. A questionnaire assessing a variety of problematic behaviours was constructed based on a previously reported delinquency scale. A mean score value to measure aggressive behaviour was determined for each individual. DNA was extracted from buccal cells collected with written informed consent. Genotyping was performed by PCR followed by agarose gel electrophoresis for 5-HTTLPR and VNTR-MAOA by PCR-RFLP using MspI for rs25531, as described elsewhere. Significant differences for the score distribution of self-reported aggressive behaviour between the two sexes were observed: 0.326 for men vs. 0.100 for women (P<0.001). Polymorphisms 5-HTT and MAOA did not show significant association with child maltreatment. However, in males, a near significant value was obtained (P=0.08) for 5HTTLPR when genotypes LS and SS were grouped, suggesting that genotypes with the S allele increase the risk to children and make them more vulnerable to abuse. To test the association between polymorphisms and the aggressive behaviour, the aggression score distribution was compared among the different genotypes, showing no significant differences for 5-HTTLPR, rs25531 and respective haplotypes, neither in the total sample nor when stratified by sex (P>0.05). However, in males it was observed a tendency towards greater scores of aggression among the S-allele carriers for 5-HTTLPR (LS and SS genotypes) and among LG and S classes for 5-HTTLPR/rs25531 haplotypes (L1S1 and S1S1 genotypes), favouring the previous studies that describe an association between the S allele of 5-HTTLPR and aggressive behaviour. When considering the presence or absence of child maltreatment, significant results were not obtained, with the exception of the total sample without child maltreatment for 5HTTLPR and 5-HTTLPR/rs25531 haplotypes grouped by functional efficiency with the LL and L1L1 genotypes showing the higher scores of aggression. It was however observed that in the presence of child abuse, there is a tendency for higher aggressive scores in patients with the allele S for 5-HTTLPR and haplotype classes LG and S (L1S1 and S1S1 genotypes), which is not the case in the absence of child abuse. This difference in the tendency of aggression scores among 5-HTT genotypes according to the presence or absence of child abuse is in agreement with previous studies showing that the S allele carriers are more susceptible to adverse environments. Regarding the Polymorphism VNTR-MAOA, a P value near significance (P=0.08) was found for the females’ score distribution when comparing genotypes with low activity (3R3R) to genotypes with high activity (3R-4R; 3.5R-4R and 4R-4R), corresponding the later to higher score values. No differences among different genotypes were observed for scores of aggression in the presence or absence of child abuse, opposing previous studies. In the male sample it was not found significance for the distribution of the score of aggressive behaviour among the genotypes (3R and 4R) for the whole sample (P=0.90) as also in the presence (P=0.85) or absence (P=0.97) of child maltreatment.
Description: Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/31313
Rights: openAccess
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UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado

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