Importância da vitamina D no controlo da asma

Abstract

Introdução: A asma é um problema de saúde pública a nível mundial, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, cuja prevalência e gravidade têm aumentado desde 1960. Existem inúmeros mecanismos imunopatológicos implicados no seu desenvolvimento, havendo evidência de que a Vitamina D interfere com a função respiratória e a sua deficiência pode contribuir para o maior grau de gravidade da asma. Objetivos: Avaliar o impacto da vitamina D no controlo da asma. Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo observacional transversal exploratório de doentes recrutados da Consulta de Pneumologia e de Asma Difícil/Severa do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, dos Hospitais da Universidade de Coimbra (CHUC-HUC), cujo doseamento sérico da vitamina D constasse no processo clínico. Os dados clínicos de controlo da asma e os parâmetros funcionais respiratórios e laboratoriais correspondentes à data de doseamento foram recolhidos a partir dos processos clínicos, pelo investigador. Os dados foram analisados com base nos métodos estatísticos apropriados, recorrendo ao SPSS ® (Statistical Package for the Social Sciences), software for windows, versão 22.0. Resultados: Incluíram-se 21 doentes asmáticos, classificados como graves, a média de idades foi de 48±14,45 anos, sendo dois terços do sexo feminino. O valor médio de vitamina D foi de 28,2±21,35 U/l, sendo que 78,6% da população apresentava valores compatíveis com deficiência da mesma. Não se verificaram correlações estatisticamente significativas entre o nível de vitamina D e os seguintes parâmetros analisados: FEV1 (Forced Expiratory Volume in the First Second) e VR (Volume Residual), exacerbações da doença, ACT (Asthma Control Test) e CARAT (Control of Allergic Rhinitis and Asthma Test), dose de corticoterapia, IMC (Índice de Massa Corporal - Kg/m2), FeNO (Fração Expiratória de Óxido Nítrico) e eosinófilos no sangue periférico. Registou-se correlação positiva e forte (p=0,022) com o valor de IgE. Discussão e Conclusão: Havendo evidência conflituante sobre a matéria, os resultados obtidos não estão de acordo com a maioria dos artigos publicados, onde se verifica a existência de uma correlação positiva entre níveis deficientes de vitamina D e maior gravidade e pior controlo da asma. Uma possível explicação será o reduzido número da amostra e a grande percentagem de doentes graves, limitando a comparação com asmáticos ligeiros e moderados. Background: Asthma is a public health problem worldwide, affecting approximately 300 million people, and its prevalence and severity have increased since 1960. There are numerous pathogenic mechanisms involved in its development, there is evidence that vitamin D interferes with respiratory function and its deficiency may contribute to the higher degree of severity of asthma. Objectives: Assess the impact of vitamin D in control of asthma disease. Methods: Exploratory cross-sectional observational study enrolled patients of Pulmonology and Severe Asthma consultation from Pulmonology Department of Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, dos Hospitais da Universidade de Coimbra (CHUC-HUC), with serum Vitamin D value present in the clinical process. Clinical data and respiratory and laboratory functional parameters, were collected from medical records, by the investigator. Data were analyzed on the basis of suitable statistical methods, using the SPSS ® (Statistical Package for the Social Sciences), software for windows, version 22.0. Results: The study included a sample of 21 patients, classified as severe, the overall mean age was 48 ± 14.45 years and two-thirds were female. The average value of vitamin D was 28.21 ± 21.35 U / l and 78.6% of the population had values compatible with deficient vitamin D. There were no statistically significant correlations between vitamin D and the following analyzed parameters: FEV1 (Forced Expiratory Volume in the first second) and RV (Residual Volume), disease exacerbations, ACT (Asthma Control Test) and CARAT (Control of Allergic Rhinitis and Asthma Test), corticosteroids, BMI (Body Mass Index - kg/m2), FeNO (Fractional exhaled nitric oxide) and eosinophils in the peripheral blood. There was a positive and strong correlation (p = 0.022) with measured IgE value. Discussion and Conclusion: Despite the conflicting evidence on this matter, the obtained results are not in line with the majority of published articles, where there is the existence of a positive relationship between deficient levels of vitamin D and increased severity and poor asthma control. One possible explanation is the small sample size and the large percentage of severe asthmatics, limiting the comparison with mild to moderate asthma patients.