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https://hdl.handle.net/10316/33755
Title: | How fishery discards affect the spatial and trophic ecology of two gull species breeding in sympatry | Authors: | Matos, Diana Vanessa Macedo | Orientador: | Ramos, Jaime Albino Paiva, Vítor Hugo |
Keywords: | Gaivota de patas-amarelas; Gaivota de Audouin; Dispositivos de GPS; Isótopos estáveis; Diet | Issue Date: | 2016 | metadata.degois.publication.location: | Coimbra | Abstract: | Gulls are opportunistic seabirds, and some populations may be heavily dependent
on anthropogenic resources, such as fishery discards and refuse dumps, which have
contributed to the increase of many populations. In this study we evaluated the
differences in the foraging, feeding and trophic ecology of Audouin’s Larus audouinii (AG)
and yellow-legged Larus michahellis (YLG) gulls breeding in sympatry in Barreta Island
(South of Portugal). We were specifically interested in evaluating the influence of the
fishery activity in the foraging ecology of both gull species. This is the first study about the
foraging ecology of AG and YLG in Portugal using several different methods, namely
tracking devices, dietary methods and stable isotope analysis.
During the breeding season (May - June 2015) we used tracking devices and
conventional dietary methods to examine the foraging and feeding ecology of gulls during
workdays (full fishery activity) and weekends (very low fishery activity). AG and YLG
exhibited spatio-temporal segregation between them and also among week periods,
though they mostly preferred to forage at-sea. The dietary choices assessed using pellets
also revealed differences between workdays and weekends, and also among species. On
workdays there was a greater variability of prey species in the diet of both gull species,
which was more evident in the diet of YLG than on AG. Plus, the YLG consumed terrestrial
items, contrary to AG which based their diet only on marine prey. Epipelagic prey (i.e.
Scomberosox saurus and Belone belone), with low commercial value and highly discarded,
showed a strong difference in the frequency of occurrence between gull species and week
periods. During weekends, both AG and YLG increased the consumption of these prey (AG
workdays = 48.3% and weekends = 70.0%; YLG workdays = 2.8% and weekends = 18.2%).
In turn, species with commercial value and frequently discard, such as mackerels (Scomber
spp and Trachurus spp) were more important for YLG than AG. Carbon and nitrogen
isotopic values of plasma and red blood cells were similar between species, suggesting
that they foraged in similar habitats and consumed prey-species with similar isotopic
signatures. However, both species showed an enrichment on nitrogen isotopic values,
from pre-laying (red blood cells) to incubation (plasma), meaning they increased the
consumption of higher trophic level prey. Moreover, the YLG exhibited a larger isotopic
niche when compared to AG, suggesting a generalist behaviour.In our study, AG and YLG species largely exploited the fishery discards, mostly
during workdays. During weekends, while AG foraged farthest from shore, YLG showed a
more generalist behaviour, also foraging inland, on fishing harbours and refuse dumps.
Moreover, the diversity of fish-prey species was always higher in YLGs’ diet when
compared to AGs, as it was the consumption of demersal species (surely discarded prey).
The new European policy for the implementation of a fishery discard ban, is likely to result
in a severe food shortage and, consequently, have negative impact on both gull
populations. The AG should be the most affected, since it has mainly a marine feeding
behaviour, contrary to YLG that showed other predatory skills, and a more plastic foraging
behaviour and diverse diet composition. Nonetheless, it is expected that the population
of the YLG will decrease. Also, the new discard ban scenario may lead to predation by the
aggressive YLG on AG and other seabirds species, which should be closely monitored. In
the future, it will be interesting to see if the YLG will return to a more ‘natural predation
behaviour’ of marine prey or if it will increase the consumption of Human-derived
resources (e.g. refuse tips), with a likely increase of conflicts with Humans. As gaivotas são aves marinhas oportunistas e algumas populações são fortemente dependentes dos recursos antropogénicos, tais como, as rejeições da pesca e lixeiras que têm vindo contribuir para o aumento das populações. Neste estudo, avaliamos diferenças na procura de alimento, dieta e na ecologia trófica da Gaivota-de-Audouin Larus audouinii e da Gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis, que se reproduzem em simpatria na Ilha da Barreta (Sul de Portugal). Com objetivo principal avaliar de que forma as atividades da pesca influenciam a estas espécies de gaivota na procura de alimento. Este é o primeiro estudo a investigar a ecologia de procura de alimento pela gaivota de Audouin e patasamarelas em Portugal, usando diferentes métodos, como dispositivos de GPS, dieta e análise de isótopos estáveis. Durante a época de reprodução (Maio – Junho 2015), recorremos a dispositivos de GPS e métodos convencionais de identificação da dieta, para avaliar a ecologia de procura de alimento e dieta, comparando com diferentes densidades de atividade piscatória, definidas por dias úteis (atividade piscatória plena) e fins-de-semana (baixa atividade piscatória). A gaivota de Audouin e patas-amarelas exibiram segregação especial e temporal entre elas mas também entre os períodos da semana, embora ambas espécies apresentaram um comportamento preferencialmente marinho. As egagrópilas revelaram diferenças ente os períodos da semana, mas também entre espécies. Durante os dias úteis existiu uma grande variabilidade de espécies na dieta de ambas as gaivotas, contudo foi mais evidente na dieta da gaivota de patas-amarelas do que na gaivota de Audouin. Para além disso, a dieta de gaivota de patas-amarelas apresentou itens provenientes de terra ao contrário da gaivota de Audouin, que se alimentou maioritariamente de presas marinhas. As presas epipelágicas com baixo valor comercial e bastante rejeitadas (Scomberosox saurus / Belone belone), mostraram uma grande diferença de ocorrência entre as duas espécies de gaivotas e períodos da semana. Durante os fins-de-semana, a gaivota de Audouin e de patas-amarelas aumentaram o consumo dessas presas (Dias úteis = 48.3% / 2.8% e Fins-de-semana = 70.0% / 18.2%, respetivamente). Por sua vez, espécies com valor comercial e frequentemente rejeitadas, como as cavalas e carapaus (Scomber spp e Trachurus spp), foram mais importantes na dieta da gaivota de patas-amarelas do que na gaivota de Audouin. Os valores de assinatura de isótopos de carbono e azoto parao plasma e eritrócitos foi similar entre as espécies, sugerindo que ambas espécies procuraram alimento em habitats muito similares e consumiram presas com uma assinatura isotópica semelhante. No entanto, ambas mostraram enriquecimento para os valores de azoto, aumentando do período de pré-postura (eritrócitos) para o período de incubação (plasma), indicando que as ambas aumentaram o consumo de presas de níveis tróficos mais elevados. Ainda assim a gaivota de patas-amarelas revelou um nicho isotópico mais amplo que a gaivota de Audouin, mostrando portanto um comportamento mais generalista. Este estudo mostra que as gaivotas de Audouin e patas-amarelas exploram as rejeições da pesca, principalmente durante os dias úteis. Durante os fins-de-semana, a procura de alimento por parte da gaivota de Audouin foi mais longe da colónia, já a gaivota de patas-amarelas revelou um comportamento mais generalista, procurando alimento em terra, nos portos de pesca e lixeiras. No entanto, a diversidade de presas foi sempre mais elevada na dieta da gaivota de patas amarelas comparativamente à gaivota de Audouin, sendo consumidas presas demersais (provavelmente presas rejeitadas). A implementação da nova política europeia para a proibição das rejeições de pescas no mar, deverá resultar num período de grande escassez de alimento, e consequentemente, deverá trazer impactos negativos para ambas as espécies. A gaivota de Audouin deverá ser a mais afetada, uma vez que apresenta uma dieta maioritariamente marinha, ao contrário da gaivota de patas-amarelas que apresenta outras capacidades predatórias, sendo mais flexível na procura de alimento e na composição da dieta. Ainda assim, é esperada uma diminuição da população da gaivota de patas-amarelas. A nova política de rejeições poderá levar à competição e predação por parte da gaivota de patas-amarelas, espécie mais agressiva, sobre outras aves marinhas, que deverá ser monitorizado de perto. Pesquisas futuras, será interessante avaliar se a gaivota de patas-amarelas irá retomar a uma dieta mais natural, ou, por outro lado, se irá aumentar o consumo de outras presas derivadas da atividade Humana (p.ex. lixeiras), aumentando assim os conflitos com os Humanos. |
Description: | Dissertação de Mestrado em Ecologia apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/33755 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | UC - Dissertações de Mestrado FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado |
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