Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/41527
Title: Transgressão corporal e cegueira: representações dilacerantes
Authors: Martins, Bruno Sena 
Keywords: Experiência incorporada; Trauma; Transgressão; Cegueira
Issue Date: 2006
Publisher: CIAS
metadata.degois.publication.title: Antropologia Portuguesa
metadata.degois.publication.volume: 22-23
metadata.degois.publication.location: Coimbra
Abstract: Determinadas experiências de compleição marcadamente corpórea, como sejam a amputação de um membro, a perda de um sentido ou o surgimento de uma disfuncionalidade orgânica gravosa, carregam consigo, não custa supor, fortíssimas implicações para a história pessoal dos sujeitos que as vivenciam. A violência ontológica passível de decorrer de tais eventos não se confna às implicações biológicas e fenomenológicas da transformação radical de um corpo/sede, conquanto as próprias descrições culturais permeiam essa transformação e essa violência. Mas, por outro lado, este tipo de experiência exprime, em termos gritantes, a insustentabilidade de determinado construtivismo que, ao procurar elidir o peso moderno de ideologias essencialistas de “biologia‑como‑destino”, negligenciou, muitas vezes ao limite, dimensões de existência em que o corpo vivido recolhe insolúvel centralidade. A partir de uma leitura etnográfca da cegueira, estas questões serão exploradas através da ideia de “angústia da transgressão corporal”.
Certain experiences with a strong corporal dimension, such as the amputation of a limb, the loss of a sensory ability or the onset of a serious organic dysfunction, carry strong implications for the personal histories of the subjects who endure them. Those events imply an ontological violence that goes further than the phenomenological and biological strains involved in the transformation of the body: the cultural descriptions available permeate that transformation and that violence. But, on the other hand, this sort of experience blatantly de‑authorizes a constructivism which, while fghting the power of modern essentialist ideologies of “biology is destiny”, neglected, often to the limit, dimensions of existence where the lived body assumes irredeemable centrality. Grounded on an ethnographic account of the experiences of blind people, these questions will be grappled with through the notion of “anguish of corporeal transgression”.
URI: https://hdl.handle.net/10316/41527
ISSN: 0870-0990
Rights: openAccess
Appears in Collections:I&D CES - Artigos em Revistas Nacionais

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