FRAGMENTOS DE CIDADE CONTÍNUA: Uma abordagem crítica da Universidade de Aveiro

Abstract

The contemporary city is the result of the overlapping succession of fragments of history and of the dichotomous thoughts that influence its transforming forces of action. Modern thinking, with its pre-established city,generated new urban concepts making, at the same time, paradigmatic the idea of city that preceded them, thus creating a conflict lived in the present city.Responding to this conflict, in the first part of this dissertation three urban visions are presented (Memory City, Standardized City and City Collage) aiming, according to distinct argumentative points, to assure a sense of urban harmony and conciliation. Next, three concepts of objects created by architecture theorists (Mega-structure, Megaform and Mesh) are presented, which, similarly as the previous theories, intended to reconcile urban conflicts, starting with principles of dialogue between the traditional and the modern perceptions of city.Taking into account the previous architectural theories, in the third part, and using real project examples, three types of objects are categorized (network, object-texture, object-network), representing distinct and apparently incompatible solutions to respond to the problem of urban continuity.Among the more general views of urban planning and the occasional views of architectural objects, the dissertation contrasts principles that bring to the fore and discuss a set of dichotomies of the city's genesis, such as: the planned and the spontaneous; Unity and fragmentation; Mass and emptiness; The rule and the exception.In the fourth part, from the analysis of the case study, it is discussed how the three object categories, synthesized in three different moments of history at the University of Aveiro, represent after all a situation of dialogue, continuity and unity, filling the different objective categories of urban objects, according to those exposed in the second part of the dissertation, which allowed a territorial continuity under the discontinuity of time.

A cidade contemporânea é o resultado da sucessão de fragmentos de história que nela se sobrepõem e dos pensamentos dicotómicos que influenciaram as forças de ação que a foram transformando.O pensamento moderno, de corte com a cidade pré-estabelecida, gerou novos conceitos urbanos,ao mesmo tempo que tornou paradigmática a ideia de cidade que os antecedeu, criando, assim, um conflito vivido no presente citadino.Procurando aprofundar a problemática e a natureza das respostas relativas a este conflito, na primeira parte desta dissertação expõe-se três visões urbanas (Cidade Memória, Cidade Padronizada e Cidade Colagem) que pretendiam, segundo pontos argumentativos distintos, garantir um sentido de harmonia e conciliação urbana. De seguida, apresentam-se três conceitos de objeto,criados porteóricos da arquitetura (Megaestrutura, Megaforma e Malha) que, da mesma forma que as anteriores teorias, refletem sobre a conciliação de conflitos urbanos,partindo de princípios de diálogo entre preceitos tradicionais e modernos.A partir das teorias arquitetónicas anteriores e recorrendo a exemplos de projeto reais, na terceira parte, categorizam-se três tipos de objeto (rede; objeto-textura; objeto-rede) que representam soluções distintas e aparentemente incompatíveis como resposta ao problema da continuidade urbana. Àsvisões mais gerais, de planeamento urbano, e as visões pontuais, de objetos arquitetónicos, contrapõem-se,nesta dissertação,princípios que vêm evidenciar e pôr em discussão um conjunto de dicotomias próprias da génese da cidade, tais como: o planeado e o espontâneo; a unidade e a fragmentação; a massa e o vazio; a regra e a exceção. Na quarta parte, a partir da análise docaso de estudo, reflete-se sobre a maneira como as três categorias de objeto, sintetizadas em três momentos diferentes de história na Universidade de Aveiro, representaram, afinal, uma situação de diálogo, continuidade e unidade, colmatando as diferentes géneses objetuais,a partir de argumentos urbanos em concordância com aqueles expostos na segunda parte, e que permitiram dar continuidade territorial ao descontínuo temporal.