A influência da expressividade familiar, percecionada por adolescentes, no desenvolvimento de sintomas emocionais e de problemas de relacionamento com os colegas

Abstract

The family of a child provides a various of relational experiences, that influence how the child experiences, gives significance, expresses and regulates his emotions (Eisenberg et al., 2001). The quality of these relationships shapes the interactive behavior of the child and also how the child manages his emotions. It can be a enhancing or vulnerable factor in the development of the child (Collins, Maccoby, Steinberg, Heatheringtar & Branstein, 2000). This investigation consists of 165 young people, with the ages between 13 and 16 years. It intends to evaluate the relationship between the perception of the emotional expressivity towards their family (positive or negative) of these young adults, the development of emotional symptoms and problematic relationships with their friends. The adapted to Portuguese, reduced version of the Self Expressiveness in the Family Questionnaire _SEFQ has been used for this investigation. It is an adaptation of the Expressividade Familiar Questionnaire (QEF; Halberstadt, 1986; translation and adaptation of Dinis, Gouveia, & Xavier, 2010). This questionnaire has a high validity for investigation purposes. This investigation has proved that there is a significant relationship between the perception of these young adults to the negative expressivity towards their family and their development of emotional symptoms, for both male and female, no matter the age. Regarding the problems with their friend, it can be concluded that these young adults reveal less relational problems with their colleagues when experiencing an emotional positive family environment. The age variable showed no significant influence on the obtained results.

A família proporciona à criança uma multiplicidade de experiências relacionais que influenciam a aprendizagem desta face à experiencia, significado, expressão e regulação das emoções (Eisenberg et al., 2001). A qualidade destas relações molda o comportamento interpessoal da criança e o modo como gere as emoções, podendo constituir-se como fator potenciador ou de vulnerabilidade no desenvolvimento (Collins, Maccoby, Steinberg, Heatheringtar & Branstein, 2000). A presente investigação tem por base uma amostra de 165 jovens, com idades entre os 13 e os 16 anos, e pretende avaliar a relação entre a perceção dos adolescentes face à expressividade emocional da família (positiva ou negativa) e o desenvolvimento de sintomas emocionais e de problemas de relacionamento com os colegas. Procedeu-se à adaptação, para língua portuguesa, do Self Expressiveness in the Family Questionnaire (SEFQ) (Halberstadt, 1995), versão simplificada, sendo este uma variação do Family Expressiveness Questionnaire (QEF; Questionário de Expressividade Familiar) (Halberstadt, 1986), traduzido e adaptado pelo Professor Catedrático José Pinto Gouveia e a sua equipa de investigação (Dinis, Gouveia, & Xavier, 2011). O instrumento apresentou uma boa consistência interna para fins de investigação. No presente estudo, conclui-se que existe uma relação significativa entre a perceção dos jovens face à expressividade familiar negativa e o desenvolvimento de sintomas emocionais, para ambos os sexos, independentemente da idade. No que respeita aos problemas de relacionamento com os colegas, verificou-se que os jovens revelam menos problemas de relacionamento com os colegas quando percecionam o seu ambiente familiar como sendo emocionalmente positivo. A variável idade não mostrou influências significativas nos resultados obtidos.