Multimorbidity and consultation time: a systematic review

Abstract

Introdução: A multimorbilidade (MM) é atualmente um dos principais desafios enfrentados pelos sistemas de saúde a nível internacional e tende a ocupar uma parte considerável da atividade diária dos médicos em todo o mundo. É importante pensar na abordagem médica para lidar com pacientes com MM, a fim de maximizar a qualidade dos serviços prestados pelos serviços nacionais de saúde e, assim, garantir uma melhor qualidade de vida para esses pacientes. Informações sobre o tempo gasto numa consulta médica com pacientes com critérios de MM são essenciais para melhor organizar e fornecer cuidados de saúde. Até onde sabemos, nenhuma revisão anterior resumiu os dados relativos ao impacto da MM na duração média do tempo de consulta.Objetivo: Revisão de todos os estudos experimentais e observacionais que descrevem o impacto de ter MM na duração média de uma consulta médica.Métodos: Esta revisão sistemática foi realizada considerando as diretrizes de Itens Preferenciais de Relatórios para Revisão Sistemática e Meta-análises (PRISMA) para revisões sistemáticas e meta-análises. As pesquisas bibliográficas foram realizadas utilizando as bases de dados Embase e PubMed, desde janeiro de 2000 até agosto de 2018. Os estudos foram selecionados de forma independente por dois investigadores, a fim de selecionar aqueles que cumpriam os critérios de inclusão. (Kappa=0.84 e Kappa=0.82). Opiniões divergentes foram resolvidas por uma terceira pessoa. Esta revisão sistemática incluiu como participantes pacientes com critérios de MM (duas ou mais condições crónicas no mesmo indivíduo). Os artigos selecionados incluíam explicitamente a duração das consultas médicas com pacientes com MM. Quaisquer estratégias que visassem analisar o impacto da MM na duração média do tempo de consulta foram consideradas. Como referência foi considerado o tempo gasto na consulta médica com pacientes sem MM. Foram incluídos tanto estudos experimentais como observacionais. Resultados: Dos 85 artigos identificados, só 1 estudo observacional foi selecionado. O estudo mostra que há uma tendência clara para pacientes com MM necessitarem de consultas mais longas do que aqueles sem MM (p <0,001). A qualidade do artigo foi considerada “Satisfatória”.Conclusão: É imperativo estudar o tempo de consulta com pacientes com MM. Encontrar um tempo maior de consulta indica que é importante repensar e adaptar as listas dos médicos e o planeamento do tempo para poder prestar melhor assistência médica aos pacientes com MM, permitindo que os planos de consulta tenham horários específicos dedicados a esses pacientes e tempo suficiente para todas as tarefas necessárias.

Background: Multimorbidity (MM) is one of the major challenges currently facing health systems at the international level and tends to occupy a considerable part of the daily activity of physicians around the world. It is important to think about the medical approach to dealing with patients with multimorbidity in order to maximize the quality of the services provided by national health services, and thus to secure a better quality of life for these patients. Information about the time spent in a medical consultation with a patient with MM criteria is essential to better organize and deliver healthcare. As far as we know, no previous review has summarized the data relating to how having MM affects the length of the average consultation time.Objective: To review all the experimental observational studies that describe the impact of having MM on the average time of a medical consultation.Methods: This systematic review was performed considering the Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-analyses (PRISMA) guidelines for systematic reviews and meta-analysis. The systematic online searches of the Embase and PubMed databases were undertaken, from January 2000 to August 2018. The studies were independently screened by two reviewers to decide which ones met the inclusion criteria. (Kappa=0.84 and Kappa=0.82). Differing opinions were solved by a third person. This systematic review included people with MM criteria as participants (two or more chronic conditions in the same individual). The type of outcome included was explicitly defined – the length of medical appointments with patients with MM criteria. Any strategies aiming to analyse the impact of MM on the average consultation time were considered. The comparator used was the length of time of medical appointment for patients without MM criteria. Experimental and observational studies were included.Results: Of 85 articles identified, only 1 observational study was included. The study shows that there is a clear trend for patients with MM criteria to have longer consultations than patients without MM criteria (p<0.001). The global quality of this study was considered “Satisfactory”.Conclusions: It is imperative to study the consultation time spent on patients with MM criteria. Finding a longer consultation time indicates it is important to rethink and adapt GPs’ lists and time planning to be able to give better medical care to patients with MM by providing agendas that have specific times set aside for these patients and allocating enough time for every task required.