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https://hdl.handle.net/10316/91098
Title: | Epidemiologia da dor neonatal: fatores determinantes para a sua prevenção e tratamento | Authors: | Cruz, Maria Dulce Damas da | Orientador: | Fernandes, Ananda Maria Oliveira, Catarina Resende de |
Keywords: | dor neonatal; procedimentos dolorosos; dor de etiologia invasiva; prevenção da dor; controlo da dor; epidemiologia | Issue Date: | 22-Apr-2020 | metadata.degois.publication.location: | Coimbra | Abstract: | Introdução: Estima-se que seja elevada a ocorrência de procedimentos dolorosos de que são alvo os recém-nascidos internados em unidades de cuidados intensivos neonatais, sendo conhecidas as consequências da dor não tratada sobre o seu neurodesenvolvimento. O assunto vem sendo objeto de estudo na últimas duas décadas. O desconhecimento da situação atual, particularmente em Portugal, e o desejo de contribuir para a melhoria das práticas de cuidados neonatais justificam o presente trabalho. Objetivos: Determinar a epidemiologia da dor neonatal; identificar fatores preditivos para a incidência dos procedimentos dolorosos e para a analgesia; analisar a qualidade do controlo da dor de etiologia invasiva nas unidades de neonatologia portuguesas. Métodos: Foram realizados três estudos: uma revisão sistemática da literatura sintetizando a evidência existente sobre a epidemiologia da dor neonatal; um estudo observacional, longitudinal de coorte prospetivo, incluindo 19 das 20 unidades de cuidados intensivos neonatais de Portugal e 375 recém-nascidos; um terceiro estudo, de carácter transversal e multimetodológico, seguindo as estratégias de auditoria & feedback e análise SWOT, com o envolvimento de 40 profissionais de saúde. Resultados: A análise de 18 estudos realizados em 14 países permitiu verificar que a incidência média de procedimentos dolorosos variou entre 7,5 a 17,3 por dia e por recém-nascido. O estudo observacional realizado em Portugal revelou que, em média, cada recém-nascido é sujeito a 5,4 procedimentos dolorosos por dia de internamento. Os procedimentos mais frequentes foram concordantes com os mais realizados noutros países: a punção do calcanhar, a aspiração das vias aéreas e a punção venosa. Elevados índices de não analgesia foram encontrados na generalidade dos estudos, no entanto em dois deles as medidas preventivas foram associadas à quase totalidade dos procedimentos – 85% a 100%. As características e a condição clínica do recém-nascido, a tipologia do procedimento, a hora e dia de internamento em que foi realizado, a presença dos pais e a avaliação da dor, revelaram-se fatores preditivos para a ocorrência dos procedimentos e analgesia. A nível nacional, 89,4% dos procedimentos receberam intervenções farmacológicas e não farmacológicas para a prevenção da dor, no entanto, se considerada a analgesia concordante com as recomendações, a percentagem baixou para 75,1%. Para além de serem confirmados os fatores identificados no estudo de revisão, as medidas organizacionais favoráveis ao controlo da dor revelaram-se preditivas para a qualidade da analgesia realizada. Foi observada nas unidades de cuidados uma grande variabilidade nas práticas do controlo da dor. Os profissionais de saúde identificaram como pontos fortes a motivação interna, a qualidade dos protocolos, a valorização das intervenções não farmacológicas bem como os sistemas de apoio de registo informático. As principais falhas relacionaram-se com o controlo da dor nos recém-nascidos de menor idade gestacional, nos primeiros dias de vida ou de admissão nas unidades, nos recém-nascidos com necessidade de suporte respiratório e ou em situação de maior instabilidade clínica. Nestas situações encontraram-se fragilidades nas medidas organizacionais de apoio ao controlo da dor. O retorno dos resultados desta investigação foi considerado uma oportunidade para o desenvolvimento de programas de melhoria contínua nos serviços. Conclusões: O reconhecimento da elevada incidência de procedimentos dolorosos e da variabilidade da sua prevenção, bem como a identificação dos principais fatores associados à dor de etiologia invasiva, permitindo sinalizar os recém-nascidos em situação de maior vulnerabilidade, tornam ainda mais premente a adoção de estratégias organizacionais facilitadores das melhores práticas clínicas. A maior compreensão da realidade é catalisadora da implementação da evidência na prática por profissionais de excelência, prevendo-se melhores cuidados na prevenção da dor e proteção do recém-nascido em situação de prematuridade e/ou doença nos serviços de neonatologia portugueses. | Description: | Tese no âmbito do Doutoramento em Ciências da Saúde, ramo Enfermagem, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/91098 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | FMUC Medicina - Teses de Doutoramento UC - Teses de Doutoramento |
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