Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/961
Title: A Criança no Portugal de Setecentos: Contributo para o estudo da evolução dos cuidados e das atitudes para com a infância.
Authors: Ferreira, António Gomes Alves 
Keywords: História da Educação; Ciências da Educação
Issue Date: 1996
Citation: FERREIRA, António Gomes Alves - A Criança no Portugal de Setecentos: Contributo para o estudo da evolução dos cuidados e das atitudes para com a infância. Coimbra, 1996.
Abstract: O estudo apresentado pretende descrever o estado dos cuidados e das atitudes para com a infância a partir de fontes diversificadas produzidas por autores portugueses entre os finais do século XVII e princípios do século XIX, destacando em especial mudanças, resistências, modas, superstições e tendências dominantes. Significativa é a abordagem das obras ligadas à práctica médica onde é possivel distinguir posturas bem diferenciadas: uns, permanecendo apegados à medicina dos antigos, ora tomavam atitudes arrojadas, ora se limitavam a reduzir as dosagens ou a evitar remédios mais fortes; outros, principalmente a partir dos finais do século XVIII, mais atentos às novas tendências da medicina europeia, procuravam impor novos hábitos higiénico-sanitários e terapêuticas mais adequadas à especificidade da infância. No entanto, no que diz respeito aos cuidados prestados aos recém-nascidos, não se registam praticamente diferenças signficativas entre o princípio e o fim do século: eles continuaram a ser totalmente enrolados em faixas e a ser alimentados por amas ou a partilhar com outros os peitos das próprias mães. Relativamente aos aspectos educativos, destaca-se duas perspectivas. Uma, mais tradicionalista, acentuava a necessidade de se impor o respeito e a obediência quase sempre por métodos severos. Outra, mais ligada ao iluminismo europeu, embora continuasse a conferir à educação a função disciplinadora, pretendia que se respeitasse a evolução natural da criança e se evitassem atitudes demasiado constrangedoras e punitivas. Da investigação resulta fundamentalmente claro que as crianças foram sobretudo vítimas das poucas condições que o século oferecia. Mais do que o desconhecer das necessidades e o ignorar das particularidades que influenciavam o desenvolvimento das crianças, era sobretudo a impotência médica, o estado sanitário das povoações, a miséria, a ignorânca supersticiosa das pessoas e a dificuldade de aceitar a desonra que empurravam as crianças para situações dramáticas.
URI: https://hdl.handle.net/10316/961
Rights: embargoedAccess
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