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https://hdl.handle.net/10316/99231
Title: | Modus operandi: para uma redefinição das práticas de produção e gestão nas artes performativas | Authors: | Rodrigues, Vânia Maria da Silva | Orientador: | Oliveira, Fernando Matos Madeira, Cláudia |
Keywords: | artes performativas; gestão cultural; produção cultural; colaboração; modelos de trabalho; crítica institucional; políticas culturais; performing arts; arts management; producers; collaboration; work models; institutional critique; cultural policies | Issue Date: | 7-Mar-2022 | Project: | SFRH/BD/136458/2018 | Abstract: | Esta dissertação documenta e analisa as trajectórias profissionais, motivações, experiências e
práticas de produtoras e gestoras culturais, assumindo o imperativo de inscrever as suas vozes na
história das artes performativas em Portugal, assim contribuindo para superar o significativo
défice documental da área. A partir de um conjunto alargado de entrevistas desenvolvidas a
agentes privilegiados do campo, em torno das suas trajectórias profissionais, e recorrendo a uma
diversidade de fontes empíricas e bibliográficas, analisa-se a intersecção entre a criação artística
e a esfera organizativa e de produção, perscrutando as relações entre artistas e produtores e
gestores culturais, procurando compreender o papel e contributo destes últimos no contexto dos
projectos artísticos, em particular, e do campo das artes performativas, em geral. Tomando as
profissões de produção e gestão cultural como ‘posto de observação’, problematizam-se os
modelos organizativos e os modos de trabalho e colaboração prevalecentes, bem como um
conjunto de práticas e discursos, em Portugal e no estrangeiro, que sinalizam mudanças e distintos
modos de fazer. Várias interrogações nos guiam: como cooperam, realmente, artistas e
produtoras? Como se organizam? A ideia de ‘companhia’ ou de ‘colectivo’ ainda é preponderante
ou já operámos uma transição completa para o trabalho por projectos? E o que significa isso no
que diz respeito à evolução do papel das gestoras e produtoras culturais? Qual é exatamente a sua
contribuição para os projetos artísticos? O que se espera de si além do uso competente de folhas
de excel e calendários? Quem pensa sobre os fundamentos éticos e críticos da sua prática diária
como produtoras e gestoras?
O que é considerado ‘sucesso’ na gestão das artes e quem pode ditá-lo? Cruzando extensas
entrevistas de campo e outras pesquisas qualitativas em Portugal com uma série de experiências
de gestão alternativa noutros pontos da Europa, esta investigação procede a uma revisão das
práticas de trabalho, representações e aspirações de produtoras e gestoras culturais que trabalham
em teatro, dança e performance. As suas perspectivas e experiências concretas - raramente
documentadas e analisadas - são colocadas no centro e servem como plataforma para interrogar
os modelos de trabalho dominantes e os paradigmas actuais de gestão das artes.
Os modi operandi das artes performativas, no que à sua produção e gestão diz respeito,
são, assim, duplamente perspectivados: por um lado, enquanto práticas situadas, relacionando-os
com as práticas organizacionais concretas e com o contexto alargado de política cultural em que
operam; por outro, enquanto área de conhecimento, mobilizando a reflexividade individual e do
campo no sentido da produção de pensamento crítico. Considera-se, pois, que valorizar a natureza
híbrida e as dimensões estratégicas, críticas e criativas das profissões de produção e gestão
cultural permite reenquadrá-las do ponto de vista prático e epistemológico, explorando o seu
potencial transformador em termos de modelos alternativos de organização e funcionamento e
postulando mesmo a emergência de um ‘discurso da prática’. This dissertation documents and analyses the professional trajectories, motivations, experiences and practices of cultural producers and managers, assuming the imperative of inscribing their voices in the history of performing arts in Portugal, thus contributing to overcome the significant documental deficit of the field. Drawing on a wide range of biographical interviews, and using a variety of empirical and bibliographical resources, it analyses the intersection between artistic creation and the sphere of organization and production. It examines the relationships between artists and producers and arts managers, seeking to understand the role and specific contribution of the latter both in the micro-context of artistic projects and, more generally, in the field of performing arts. By taking the professions of cultural production and arts management as 'observation points', we discuss the prevailing organizational models of work and collaboration, as well as a set of practices and emergent discourses, in Portugal and abroad, that may signal changes and alternative ways of doing. Several questions guide us, such as: how do artists and producers actually cooperate? How do they organize themselves? Is the idea of a ‘company’ or a ‘collective’ still powerful or have we completely transitioned into project-based work? And what does that mean for the role of arts managers and producers? What exactly is their contribution towards artistic projects? What is expected from them besides competent use of excel sheets and smart scheduling? Who thinks about the critical and ethical underpinnings of their daily practice as producers and managers? What is considered ‘success’ in arts management and who gets to dictate it? Intersecting extensive field interviews and qualitative inquiries in Portugal with a range of case studies on alternative management experiences elsewhere in Europe, this investigation conducts an extensive review of the work practices, representations and aspirations of producers and cultural managers working in theatre, dance and performance. Their perspectives and concrete experiences – which are seldom documented and analysed - are brought centre-stage and serve as a platform to interrogate dominant work models and current paradigms of arts management. The modi operandi of the performing arts, as far as their production and management is concerned, are thus doubly viewed: on the one hand, as situated practices, relating them to concrete organizational practices and to the broader context of cultural policy in which operate; on the other, as an area of knowledge, mobilizing individual and field reflexivity towards the production of critical thinking. It is considered, therefore, that valuing the hybrid nature and the strategic, critical, and creative dimensions of the professions of arts management and production allows us to reframe them from a practical and epistemological point of view, exploring their transformative potential in terms of alternative models of organization and functioning and even postulating the emergence of a 'discourse of practice'. |
Description: | Tese no âmbito do Doutoramento em Estudos Artísticos – Estudos Teatrais e Performativos, apresentada ao Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/99231 | Rights: | embargoedAccess |
Appears in Collections: | FLUC Secção de Artes - Teses de Doutoramento UC - Teses de Doutoramento |
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