A Literatura enquanto recurso de aprendizagem em História - Um estudo com alunos do 3º CEB

Abstract

O presente relatório traduz o trabalho efetuado ao longo de um estágio pedagógico levado a cabo na escola EB 2, 3 Martim de Freitas, Coimbra. O tema teórico, aplicado numa turma de 7º ano e noutra de 9º ano, consistiu numa investigação em torno da utilização da Literatura enquanto recurso na aula de História e na forma como a mesma pode potenciar melhores níveis de Empatia Histórica e, a partir daí, melhores índices de conhecimento histórico. A utilização da literatura enquanto recurso na aula de História é motivada pelos documentos orientadores do ensino e por diversos manuais da disciplina. A literatura oferece a capacidade de imaginar, bem como a tridimensionalidade e verosimilhança emocional e humanizada que por vezes escapam ao discurso científico. Traz também novas possibilidades de compreensão e novas hipóteses de interpretação, o que possui importância intrinsecamente científica. As fontes literárias podem efetivamente desenvolver a empatia histórica. A empatia comum, quotidiana, não é propriamente empatia histórica. Esta consiste numa visão perspetivada e na apreensão cognitiva, intelectual, do domínio emocional da História. Mais do que uma simpatia que mobilize afetos, o professor de História procura levar os alunos a ver, num qualquer conteúdo, o que é para eles abstrato, extemporâneo, idiossincrático, à lua da sua realidade contemporânea, pela compreensão da mente de quem vivia num tempo e num lugar diferente. As atividades exercidas possibilitaram o aprofundamento do trabalho em torno da empatia histórica mas também do conhecimento histórico. As respostas evidenciadas pelos alunos permitiram perceber que a literatura potencia os seus níveis de Empatia Histórica, o que por sua vez se traduz no desenvolvimento de um quadro de conhecimento relativo ao domínio do intangível. A perceção desta dimensão por parte dos alunos é um aperfeiçoamento da sua consciência e conhecimento histórico.

This report reflects the work carried out during a pedagogical internship carried out at the EB 2, 3 Martim de Freitas school, Coimbra. The theoretical theme, applied to a 7th grade and a 9th grade class, consisted of an investigation around the use of Literature as a resource in the History class and in the way it can enhance better levels of Historical Empathy and, from there, better levels of historical knowledge. The use of literature as a resource in the History class is motivated by the teaching guiding documents and by several manuals of the discipline. Literature offers the ability to imagine, as well as the three-dimensionality and emotional and humanized verisimilitude that sometimes escape scientific discourse. It also brings new possibilities of understanding and new hypotheses of interpretation, which has an intrinsically scientific importance. Literary sources can effectively develop historical empathy. Ordinary, everyday empathy is not exactly historical empathy. This consists of a perspective view and cognitive, intellectual apprehension of the emotional domain of History. More than a sympathy that mobilizes affections, the History teacher seeks to lead students to see, in any content, what is for them abstract, extemporaneous, idiosyncratic, in the light of their contemporary reality, through the understanding of the mind of someone who lived in a different time and place. The activities carried out made it possible to deepen the work around historical empathy but also historical knowledge. The answers evidenced by the students made it possible to perceive that literature enhances their levels of Historical Empathy, which in turn translates into the development of a framework of knowledge relating to the domain of the intangible. The students' perception of this dimension is an improvement of their awareness and historical knowledge.