Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/104118
Title: O Povo contra a Democracia: Críticas às Deliberações das Assembleias nas Tragédias de Eurípides
Other Titles: The People against Democracy: Critiques of the Deliberations of the Assemblies in the Tragedies of Euripides
Authors: Kibuuka, Brian Gordon Lutalo 
Orientador: Leão, Delfim Ferreira
Keywords: Eurípides; Tragédia Grega; Democracia Ateniense; Assembleia; Política; Euripides; Greek Tragedy; Athenian Democracy; Assembly; Politics
Issue Date: 26-Sep-2022
metadata.degois.publication.title: O Povo contra a Democracia: Críticas às Deliberações das Assembleias nas Tragédias de Eurípides
metadata.degois.publication.location: Universidade de Coimbra
Abstract: This dissertation is a literary-historical investigation about the images and representations of assemblies in Euripidean dramas, with emphasis on the reactions of characters to the very existence of the assembly and its deliberations. Therefore, the theme of this investigation is to analyze mentions of the assembly in the dramas, highlight criticism and negative reactions, and identify the agents of such criticism. Next, what is proposed is to identify the discursive intentions of such criticisms through the Discourse Analysis of Dominique Maingueneau, which will allow recognizing a possible reception in the audience. Such reception depends on a mapping of the criticisms of the assemblies, to identify the discursive continuities and discontinuities between the criticisms found in Euripidean dramas, and the ongoing polyad debate on democracy with an emphasis on the assembly as a democratic organ. The discussion of this dissertation is made in three chapters. In the first one, democracy in general is approached, and the Athenian assemblies in particular in the period of dramatic production of Euripides. In the second chapter, the assemblies in Euripides' dramas are presented, highlighted and analyzed. In the third chapter, the meanings of criticism of assemblies in Euripides' dramas are glimpsed in their context of enunciation through tools of Discourse Analysis and Pragmatic Analysis of Utterances. The criticisms of democracy observed are diverse: in Cyclops, the criticism of the difficulty in establishing consensus in the name of common needs; in Alcestis, the criticism of the political opposition that aims to disable and discredit the speaker; in Medea, the criticism of the decision-making environment, where thoughtless decisions are common; in Children of Heracles, the criticism of disobedience to sacred laws and the unequal weight of influence of some to the detriment of others; in Hippolytus, the criticism of obstacles to a fair trial; in Andromache, the criticism of the vulnerability of the people in the face of a false accusation, and the undue refusal that just people can defend themselves against false accusations; in Hecuba, the criticism of the manipulation of decisions by influential speakers, the transgression of divine laws, the rupture with allies and the misapplication of the concept of honor; in Supplicants, the criticism of the sick, unbalanced, silent assembly; in Electra, the criticism of prejudiced judgment, the implacable character of the people and restrictions on citizenship that ignore the precariousness of family relationships, as well as the difficulty of those who live in the countryside to get involved in political affairs; in Heracles, the criticism of the intrigues sown and the volatility of public opinion; in Trojan Women, the criticism of the prevalence of the private interests of distinguished citizens; in Iphigenia in Tauris, the reproach of the bad mood of the crowd, which is bad; in Ion, the criticism of the injustice of the deliberations of the assemblies of Athens, moved by jealousy and prejudice; in Helena, the critique of democracy, assemblies, isonomy and isegoria; in Phoenicia, the criticism of the possibility that citizens are sold, and that citizens circulate in public places; in Orestes, the criticism of opportunism, revenge, mob incitement, alienation, hostility, and the fickle, passionate and influential masses that deliberate; in Bacchae, the criticism of the ineffectiveness of the male polyad government; and in Iphigenia in Aulis, the criticism of the obstinacy in unjust deliberations, which sacrifice those whose deliberation did not pass through their adhesion, without the possibility of arguing, since they are excluded from the decision-making processes.
Esta dissertação é uma investigação literário-histórica acerca das imagens e representações das assembleias nos dramas euripidianos, com destaque às reações de personagens à própria existência da assembleia e às suas deliberações. Logo, o tema desta investigação é submeter à análise menções à assembleia nos dramas, colocar em destaque críticas e reações negativas, e identificar os agentes de tais críticas. Em seguida, o que se propõe é identificar as intencionalidades discursivas de tais críticas por meio da análise do Discurso de Dominique Maingueneau, que ajudará a reconhecer uma possível recepção na audiência. Tal recepção depende de um mapeamento das críticas às assembleias, para a identificação das continuidades e descontinuidade discursivas entre as críticas encontradas nos dramas euripidianos, e o debate políade em curso sobre a democracia com ênfase na assembleia como órgão democrático. A discussão desta dissertação é feita em três capítulos. No primeiro, aborda-se a democracia em geral, e as assembleias atenienses em particular no período de produção dramática de Eurípides. No segundo capítulo, são apresentadas, destacadas e analisadas as assembleias nos dramas de Eurípides. No terceiro capítulo, os sentidos das críticas às assembleias nos dramas de Eurípides são vislumbrados em seu contexto de enunciação por meio de ferramentas da Análise do Discurso e da Análise Pragmática dos Enunciados. As críticas à democracia observadas são diversas: em Ciclope, a crítica à dificuldade em estabelecer consensos em nome das necessidades comuns; em Alceste, a crítica à oposição política que visa desabilitar e descredibilizar o orador; em Medeia, a crítica ao ambiente decisório, onde são comuns decisões impensadas; em Heraclidas, a crítica à desobediência às leis sagradas e ao peso desigual da influência de alguns em detrimento dos demais; em Hipólito, a crítica aos obstáculos para um julgamento justo; em Andrômaca, a crítica à vulnerabilidade do povo diante de uma delação mentirosa, e à recusa indevida de que pessoas justas possam se defender de acusações falsas; em Hécuba, a crítica à manipulação das decisões por meio de oradores influentes, à transgressão das leis divinas, à ruptura com aliados e à má aplicação do conceito de honra; em Suplicantes, a crítica à assembleia doente, desequilibrada, silente; em Electra, a crítica ao julgamento preconceituoso, ao caráter implacável do povo e às restrições à cidadania que ignoram a precariedade das relações familiares, bem como à dificuldade dos que moram no campo de se envolverem nos assuntos políticos; em Héracles, a crítica às intrigas semeadas e à volatividade da opinião pública; em Troianas, a crítica à prevalência dos interesses privados dos cidadãos ilustres; em Ifigênia em Táuris, a reprovação da má disposição da multidão, que é má; em Íon, a crítica à injustiça das deliberações das assembleias de Atenas, movidas por ciúme e preconceito; em Helena, a crítica à democracia, às assembleias, à isonomia e à isegoria; em Fenícias, a crítica à possibilidade de que os cidadãos sejam vendidos, e que as cidadãs circulem em lugares públicos; em Orestes, a crítica ao oportunismo, vingança, incitação à turba, alienação, hostilidade, e às massas volúveis, passionais e influenciáveis que deliberam; em Bacantes, a crítica à inoperância do governo masculino políade; e em Ifigênia em Áulis, a crítica à obstinação nas deliberações injustas, que sacrificam aqueles cuja deliberação não passou por sua adesão, sem possibilidade de argumentar, visto estarem excluídos dos processos decisórios.
Description: Dissertação de Mestrado em Estudos Clássicos apresentada à Faculdade de Letras
URI: https://hdl.handle.net/10316/104118
Rights: openAccess
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