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Título: Avaliação de sistemas de recolha e transporte de Resíduos Sólidos Urbanos: Eficiência energética e emissões poluentes
Autor: Oliveira, Nélia Isabel Pereia 
Orientador: Freire, Fausto Miguel Cereja Seixas
Palavras-chave: Recolha e transporte; emissões poluentes
Data: Mar-2009
Citação: OLIVEIRA, Nélia Isabel Pereira - Avaliação de sistemas de recolha e transporte de Residuos Sólidos Urbanos: Eficiência energética e emissões poluentes. Coimbra:[s.n.],2009. Dissertação de Mestrado
Título da revista, periódico, livro ou evento: Avaliação de sistemas de recolha e transporte de Residuos Sólidos Urbanos: Eficiência energética e emissões poluentes
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Os RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) são uma consequência inevitável da vida moderna, tendo vindo a crescer em quantidade, bem como a modificar-se em composição e características, acompanhando a evolução humana. Após a deposição em contentor, os RSU são recolhidos pelas entidades responsáveis, as quais os encaminham para os diversos destinos finais. A recolha é efectuada recorrendo a um serviço baseado em veículos que, no geral, possuem motores diesel e emitem gases poluentes. O transporte urbano representa uma percentagem muito importante do sector dos transportes na sua globalidade, influindo quer nos parâmetros de qualidade do ar (CO, HC, NOx, PM) e na poluição local, quer nas alterações climáticas (emissões de CO2). O trabalho desenvolvido teve como principal objectivo calcular e avaliar as emissões de CO2 associadas à recolha e transporte. Os dados iniciais utilizados (distância percorrida, quantidade de gasóleo gasta e quantidade de RSU recolhida) são provenientes de quatro autarquias de média dimensão situadas entre o Douro e o Tejo. As emissões de CO2 foram estimadas recorrendo á metodologia ACV (Avaliação de Ciclo de Vida) que avalia os potenciais impactes ambientais associados a um produto, tendo em conta o ciclo de vida desse produto e todas as etapas da sua produção, desde a extracção das matérias-primas até à sua disposição final. A metodologia é organizada em duas partes: “well to tank” que considera todos os processos associados à produção do combustível desde a extracção da matéria-prima até ao seu armazenamento no tanque do veículo e “tank to wheels” considera a utilização do combustível no veículo. O ciclo de vida “well to wheels” considera a combinação das duas partes referidas anteriormente. Um outro objectivo consistiu na identificação e avaliação de oportunidades de melhoria, no sentido de melhorar a performance energética e ambiental da recolha de RSU nas quatro autarquias analisadas. Para isso, consideram-se três propostas de melhoria distintas. A primeira consistirá na comparação entre combustíveis (gasóleo e biodiesel), ocorrendo apenas alteração do tipo de combustível. A segunda proposta basear-se-á na comparação de combustíveis (gasóleo e gás natural, GN), mas com alteração da tecnologia motora dos veículos (motor ciclo Diesel e motor ciclo Otto). Por fim, a última proposta consistirá na realização do estudo tendo em consideração a optimização dos circuitos, elaborada pela empresa ECOGESTUS Lda., estimando as emissões poluentes. Deste modo, pretende-se verificar, com base nos resultados obtidos, a eficácia dessas medidas em termos económicos e ambientais (Gases com Efeito de Estufa, GEE), quantificando o impacto da recolha de RSU, em termos de poluição do ar e consumos energéticos associados. Concluiu-se que, das propostas de melhoria avaliadas todas apresentam benefícios ambientais, mas a optimização dos circuitos demonstrou os maiores benefícios ambientais (emissões evitadas na ordem dos 43%) e benefícios económicos bastante elevados. As emissões de GEE poderão ser bons indicadores de desempenho das autarquias: quanto mais variados forem os parâmetros que condicionam a eficiência do sistema de recolha (orografia e ocupação do território, idade dos veículos, tipo de resíduo, organização da recolha), maior é o seu peso em termos ambientais, ou seja, maior será a quantidade de emissões de CO2 libertada. Existem veículos que apresentam melhor desempenho que outros e isso verificou-se ao longo das várias comparações entre autarquias, nos consumos e na eficiência do sistema de recolha e transporte de RSU. Os valores registados de capitação média de RSU são inferiores à média nacional, e foi possível verificar que quanto maior o volume que cada habitante tem à sua disposição maior é a produção de RSU. A eficiência do sistema foi determinada através da relação km/ton, tendo a autarquia C apresentado o maior valor, correspondendo assim, a uma menor eficiência no sistema de recolha. Apesar de vários factores condicionarem a eficiência, como a orografia e ocupação do território, a idade dos veículos ser, o tipo de resíduo a recolher, nesta investigação a organização da recolha é um dos parâmetros que mais parece contribuir para o elevado valor apresentado na autarquia C. As restantes autarquias apresentam valores aproximadamente iguais, uma vez que estão na mesma zona geográfica. As diferenças demonstradas entre veículos da mesma autarquia dependem da rota que fazem, isto é, circuitos urbanos e rurais, dependendo da distância entre contentores. Também se verificou que o número de veículos ao serviço de cada autarquia não influencia a eficiência do sistema de recolha. Através dos indicadores foi possível concluir que os veículos mais recentes não têm necessariamente melhor desempenho quando se consideram os indicadores l/ton e km/ton, contribuindo assim para os elevados valores de emissões de CO2. Também existe relação entre a eficiência da recolha e as emissões de CO2 por tonelada e RSU recolhida, concluindo que os veículos que têm pior eficiência (que ocorre nos veículos novos) são os que emitem mais CO2/ton. Dos combustíveis comparados (gasóleo e biodiesel), o gasóleo é o combustível que provoca mais emissões de CO2 na recolha e transporte de RSU. Verificou-se que a sua substituição por biodiesel contribui significativamente para a diminuição das emissões de GEE e que essa diminuição é mais significativa consoante o aumento da percentagem de biodiesel na mistura. A partir da análise económica concluiu-se que a compra de um veículo novo a GN não é viável economicamente. No entanto, a nível ambiental pode-se evitar até cerca de 16% de emissões de CO2 por ano.
Descrição: Dissertação de mestrado em Engenharia do Ambiente (Tecnologia e Gestão do Ambiente) apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/20405
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Eng.Mecânica - Teses de Mestrado

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