Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/25462
Título: O papel da ansiedade na relação entre psicopatia e comportamento antissocial
Autor: Carvalho, Filipa dos Santos Belo de 
Orientador: Fonseca, António Castro
Palavras-chave: Psicopatia; Ansiedade; Comportamento anti-social; Agressividade
Data: 19-Out-2013
Título da revista, periódico, livro ou evento: O papel da ansiedade na relação entre psicopatia e comportamento antissocial
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: A questão do papel da ansiedade no constructo de psicopatia tem sido cientificamente debatida desde o trabalho clássico de Cleckley (1941) que introduziu o critério de “ausência de nervosismo”, como uma das 16 características da psicopatia. Em contrapartida, diversos autores têm defendido a distinção entre psicopatas primários e secundários com base nos valores de ansiedade, assumindo que os psicopatas primários se assemelham à conceção clássica e que os psicopatas secundários são caracterizados pela elevada ansiedade (Karpman, 1941; Blackburn, 1994; Lykken, 1995). Contudo, alguns estudos mostram que o constructo de ansiedade-traço não se encontra relacionado com a psicopatia (Lilienfeld, & Penna, 2001) mas sim com características desta, como por exemplo, o comportamento antissocial (Hale, Goldstein, Abramowitz, Calamari & Kossom, 2004; Visser, Ashton, & Pozzebon, 2012; Visser, 2012). O objetivo principal deste estudo é analisar o papel da ansiedade na relação entre a psicopatia e o comportamento antissocial, de modo a perceber se os psicopatas não ansiosos são indivíduos mais antissociais e agressivos do que os psicopatas ansiosos. Para o efeito, utilizou-se um grupo de reclusos de um estabelecimento prisional português e um grupo de jovens adultos da comunidade participantes num estudo longitudinal. Cada participante, de ambos os grupos, para além de uma entrevista semiestruturada, preencheu um Inventário Estado-Traço de Ansiedade (STAI-Y; Spielger, Gorsuch, & Lushene, 1970; Silva, 1988, 2000, 2003), uma Escala de Psicopatia (SRPIII-R13; Paulhus, Neumann, & Hare, 2013), uma Escala de Autoavaliação dos Comportamentos Antissociais (SRA; Loeber, Farrington, Stouthamer-Loeber, & Van Kammen, 1989; Fonseca, Rebelo, Ferreira, & Cardoso, 1995) e uma Escala de Baixo Autocontrolo (Grasmick et al., 1993; Gibbs et al., 1998; Fonseca, 2002). Além disso, para contornar as dificuldades resultantes das reduzidas dimensões desses grupos utilizaramse, também, para algumas análises os dados provenientes de toda a amostra do referido estudo longitudinal. De um modo geral, os resultados destas análises demonstraram que os reclusos apresentam maiores níveis de ansiedade, de psicopatia, de comportamento antissocial e um autocontrolo mais baixo; a ansiedade apresenta uma correlação mais forte com a psicopatia, do que com o comportamento antissocial; e, apenas no grupo da comunidade foi possível identificar um grupo de “psicopatas” ansiosos e um grupo de “psicopatas” não ansiosos, sendo que, a agressividade revelou ser uma característica mais acentuada no grupo de “psicopatas” ansiosos. Além disso, estas diferenças entre os dois tipos de psicopatia mantiveram-se mesmo quando se controlou o efeito do baixo autocontrolo. No entanto, este estudo comporta algumas limitações, como por exemplo, as diferenças de idades entre os dois grupos ou a utilização apenas de medidas de autorresposta, pelo que será necessário efetuar novas investigações.
The question of the role of anxiety in the construct of psychopathy has been scientifically debated since the classic Cleckley’s work (1941) who introduced the criterion of "absence of nervousness", as one of the 16 characteristics of psychopathy. In contrast, several authors have advocated the distinction between primary and secondary psychopaths based on the values of anxiety, assuming that primary psychopaths resemble the classic design and secondary psychopaths are characterized by high anxiety (Karpman, 1941; Blackburn, 1994; Lykken, 1995). However, some studies show that the construct trait anxiety is not related to psychopathy (Lilienfeld & Penna, 2001) but with some of his features, such as antisocial behaviour (Hale, Goldstein, Abramowitz, Calamari & Kossom, 2004; Visser, Ashton, & Pozzebon, 2012; Visser, 2012) . The main issue of this study is to analyze the role of anxiety in the relationship between psychopathy and antisocial behaviour, in order to understand if the non-anxious psychopaths are more antisocial and aggressive individuals than anxious psychopaths. To this end, we used a group of inmates from a portuguese prison and a group of young adults from the community, involved in a longitudinal study. Each participant of both groups attended to a semi-structured interview, and responded to a State-Trait Anxiety Inventory (STAI-Y; Spielger, Gorsuch, & Lushene, 1970; Silva, 1988, 2000, 2003), a scale of psychopathy (SRP-III - R13; Paulhus, Neumann, & Hare, 2013), a scale of self-report to antisocial behaviour (SRA; Loeber, Farrington, Stouthamer - Loeber , & Van Kammen, 1989; Fonseca, Rebelo, Ferreira, & Cardoso, 1995) and a scale of low self-control (Grasmick et al., 1993; Gibbs et al., 1998; Fonseca, 2002). Furthermore, to overcome the difficulties resultant on the small dimension from these groups, for some analyses we used the data from the entire sample of the longitudinal study already referred. In general, the results of the analyses showed that inmates have higher levels of anxiety, psychopathy, antisocial behaviour and lower self-control; anxiety has a stronger correlation with psychopathy than with antisocial behaviour; only in the community's group was possible to identify one group of anxious "psychopaths" and other of non-anxious "psychopaths", and the group of anxious "psychopaths" revealed to be more aggressive than the other group. Furthermore, the differences between the two types of psychopathy remained even when controlled the effect of (low) self-control. However, this study involves some limitations, such as the age differences between the two groups or the use self-report questionnaires, for further accurate data a future research would be advised.
Descrição: Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica (Psicologia Forense), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/25462
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FPCEUC - Teses de Mestrado

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