Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/81779
Título: Riscos psicosociais numa indústria matalúrgica
Outros títulos: Psyco-social risks in a metallurgical industry
Autor: Almeida, Catarina Toste Pestana de 
Orientador: Silva, Carlos Fernandes da
Quartilho, Manuel João Rodrigues
Palavras-chave: Trabalho; Riscos psicossociais; Metalomecânica; Condições de Trabalho; Intervenção; Work; Psychossocial Risks; Metal Mechanics; Work Conditions; Intervention
Data: 16-Jan-2017
Título da revista, periódico, livro ou evento: Riscos psicosociais numa indústria matalúrgica
Local de edição ou do evento: FMUC
Resumo: Introdução: O homem enquanto trabalhador pode ser sujeito a uma série de fatores de risco que podem ser causadores de lesão ou dano. Esses riscos não são só físicos, podendo ser psicossociais, sendo mesmo capazes de originar doenças do foro psiquiátrico. Nos últimos anos a atenção dada a riscos psicossociais no trabalho tem crescido de forma exponencial. Estes riscos podem ser agrupados em seis dimensões: intensidade do trabalho e tempo de trabalho; exigências emocionais; falta/insuficiência de autonomia; má qualidade das relações sociais no trabalho; conflitos de valores e insegurança na situação de trabalho/emprego. Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho são identificados como uma das grandes ameaças contemporâneas para a saúde e segurança dos trabalhadores. Embora sejam um desafio para a segurança e saúde no trabalho, é pertinente questionar o seu peso neste âmbito, nomeadamente através de estudos e de caraterizar a prevalência de sintomas potencialmente causados por estes riscos, possibilitando assim, uma intervenção sustentada e a implementação de medidas que controlem, diminuam ou eliminem esses mesmo riscos. Objetivos: Os objetivos deste trabalho passaram por avaliar as diferenças entre as exigências físicas e mentais nos riscos psicosociais, avaliar o impacto do grupo de idade e comparar a realidade psicosocial da empresa X com a da indústria portuguesa.Métodos: Este trabalho é um estudo observacional descritivo e tem uma amostra de conveniência, constituída pelos trabalhadores da empresa X. A empresa emprega 240 trabalhadores sendo a nossa amostra de 160 trabalhadores. Como instrumento de colheita de dados foi utilizado o Copenhagen Psychosocial Questionnaire, versão média. Resultados: Considerando dois grupos de trabalhadores, um em que predominam exigências mentais e outro em que predominam exigências físicas, o nosso estudo evidenciou diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à perceção de exigências cognitivas, exigências emocionais, influência no trabalho, transparência no papel do trabalho, apoio dos superiores, compromisso com o local de trabalho e problemas em dormir. Dividindo os trabalhadores em dois grupos relativos à idade, os trabalhadores com maior idade (≥ 36 anos) tiveram valores mais elevados nas dimensões relacionadas com as exigências emocionais, satisfação e significado do trabalho, compromisso face ao local de trabalho e na saúde geral.Quando comparados os nossos resultados com os da indústria nacional, os trabalhadores da empresa X apresentam valores superiores no que diz respeito à perceção da exigência quantitativa do trabalho e sentem maior exigência em termos cognitivos. Os resultados evidenciam ainda, uma menor confiança na chefia, um menor compromisso com o local de trabalho, para além de uma menor confiança nos colegas de trabalho. Concomitantemente, apresentam menor perceção de previsibilidade, transparência do seu papel de trabalho e uma maior perceção de conflito trabalho-família. Por outro lado, a empresa destaca-se positivamente no que diz respeito à possibilidade de desenvolvimento e ao facto de os trabalhadores sentirem maior segurança na manutenção do seu posto trabalho do que os restantes trabalhadores da indústria portuguesa.Conclusões: Os Riscos Psicossociais são uma realidade laboral transversal a todos os setores de trabalho. É necessário fazer uma avaliação próxima a todos os trabalhadores, quantificando e qualificando esses mesmos riscos, dado o forte impacto negativo na saúde dos trabalhadores. É necessária a implementação séria de medidas de proteção coletivas e individuais, capazes de aumentar a qualidade de vida individual, bem como o bem-estar coletivo no espaço laboral.
Introduction: The workers may be exposed to a series of risk factors that can cause injury or damage. These risks are not only physical, but also psychosocial and can even lead to psychiatric illness. In recent years the attention given to psychosocial risks at work has grown exponentially. These risks can be grouped into six dimensions: work intensity and working time; emotional demands; insufficiency of autonomy; poor quality of social relations at work; conflicts of values and insecurity in the work / employment situation. Work-related psychosocial risks are identified as one of the major contemporary hazards to the health and safety of workers. Although challenging for occupational safety and health, it is pertinent to question their impact, namely through studies to characterize the prevalence of symptoms potentially caused by these risks, providing sustained intervention and the implementation of measures that control, reduce or eliminate those risks.Objectives: The objectives of this study were to evaluate the differences between phsyical and mental demands on psychosocial risks, to evaluate the impact of the age group and to compare the psychosocial reality of our industry compared with Portuguese industry in general.Methods: This work is an observational study and has a convenience sample, constituted by the workers of our company. The company employs 240 workers and our sample is 160 workers. We used the Copenhagen Psychosocial Questionnaires’ medium version, as a data collection instrument.Results: Considering two groups of workers, one with predominant mental demands and the other mainly with physical demands, our study showed statistically significant differences in the perception of cognitive demands, emotional demands, influence on work, transparency in the role of work, support from superiors, commitment to the workplace and sleeping disorders. Dividing workers into two age groups, older workers (≥ 36 years old) had higher values related to emotional demands, job satisfaction and its meaning, commitment to the workplace and general health.When comparing our results with those of the national industry, our workers present higher values regarding the perception of the quantitative work requirements and feel more demanding in cognitive terms. The results also show lower trust in the manager, a lower commitment to the workplace, and a lower confidence in colegues. They also present a lower perception of predictability, transparency of their work role and a greater perception of work-family conflict.On the other hand, the company stands out positively regarding the possibility of development and the workers feel more secure in the maintenance of their work stations than the other workers of portuguese industry.Conclusions: Psychosocial Risks are a transversal reality to all sectors . It is necessary to make a close assessment to all workers, quantifying and qualifying these risks, given the strong negative impact on workers' health. There is the need of serious implementation of collective and individual protective measures, capable of increasing individual quality of life as well as collective well-being in the workplace.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Saúde Ocupacional apresentada à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/81779
Direitos: openAccess
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