Revisão do Impacto das Intervenções e da Medicina Centrada na Pessoa na Diabetes Mellitus

Abstract

Introduction: In 2015 Diabetes Mellitus was diagnosed in an estimated 415 million adults. If we go back to 1980 the numbers were quite lower (108 million adults). If we center our focus on Portugal alone we can see that in the same year, in patients with 20-79 years of age, there was a prevalence of dibetes mellitus of 12,3% - 6,9% diagnosed patients and 5,4% patients without a diagnosis. Patient centered medicine has substantial benefits in chronic diseases, especially those that depend upon the patient to have better results.Methods: A bibliographic search was carried out using the portuguese "Direção-Geral da Saúde" website and pubmed to write this article. Our search yielded 415 results of which 44 were selected.Results: The introduction of patient-centered care as an auxiliary intervention in diabetes mellitus must be encouraged. Despite some aspects of patient-centered care still requiring more evidence, for example some specific areas regarding empathy, there are strong indicators of the benefits that come after the introduction of patient-centered care in diabetes mellitus treatment algorithm. The benefits of this intervention on glycaemic control. Another benefit of patient-centered care on diabetic patients is the increased information availability for the physician therefore being able to more closely monitor the disease on an almost daily basis. From the patient's perspective his understanding of his own disease increases and also his adherence, his commitment with decision agreement, which should always be taken bilaterally, and taking in consideration according to each patient's comorbidities. Several gaps were found in the literature about the teaching of patient centered to care to medical students. If such thing was addressed the efectiveness of patient-centered care in the diabetes mellitus outcomes would improve greatly.

Introdução: Em 2015, estimava-se que o diagnóstico de Diabetes Mellitus nos adultos perfazia um total de 415 milhões de doentes. Se recuarmos até 1980 verificamos que o valor era substancialmente menor (108 milhões de adultos). Se restringirmos a nossa análise a Portugal verificamos que, no mesmo ano, considerando a população com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos, 12,3% tinham Diabetes Mellitus – 6,9% diagnosticada e 5,4% por diagnosticar. A Medicina Centrada do Doente mostra claros resultados em patologias crónicas, especialmente as que dependem do doente para melhores resultados.Materiais e Métodos: A pesquisa bibliográfica em que se baseou a construção deste artigo de revisão científico foi feita por via da Pubmed e da página da Direção-Geral de Saúde (DGS). Na elaboração deste artigo de revisão baseada na evidência foram obtidos um total de 415 artigos, dos quais foram selecionados 44. Resultados: A introdução da Medicina Centrada na Pessoa (MCP) como componente auxiliar da abordagem à Diabetes Mellitus deve ser encorajada. Embora alguns elementos da Medicina Centrada na Pessoa ainda careçam de maior investigação, como é o caso de algumas áreas específicas da Empatia, são evidenciáveis e inegáveis os benefícios que resultam da introdução da MCP na terapêutica antidiabética. Os benefícios que tal medida representa potencialmente nos níveis de glicemia e de HbA1c são claros, com uma redução, neste último, na ordem de 1%. Outro benefício da promoção da MCP no doente diabético tem a ver com o incremento da informação de que o médico dispõe, conseguindo, assim, monitorizar mais atenta e detalhadamente a evolução da doença quase que diariamente. Na perspetiva do doente, aumenta, assim, o conhecimento da sua própria doença, a adesão terapêutica e o grau de compromisso com a tomada de decisão, que deverá ser sempre acordada de forma bilateral, com a mesma a ser ajustada às comorbilidades e às particularidades individuais de cada doente. Foi possível, ainda, encontrar consideráveis lacunas ao nível da formação direcionada para a MCP. Se tal for combatido, a efetividade da MCP nos outcomes da Diabetes aumentarão exponencialmente.